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Como serão definidas as tecnologias rádio P25 e TETRA?

Em postagens anteriores, já falamos das diferenças entre TETRA e P25, analisando suas características e seu desempenho em diferentes cenários de uso, mas, aprofundando um pouco mais, pergunta-se como surgiram tais tecnologias? Como foi sua normatização?

O P25 aparece em um momento em que estávamos abordando a transição do rádio analógico para o rádio digital. Nos Estados Unidos, o objetivo era unificar protocolos para garantir a interoperabilidade e facilitar a implantação de sistemas de comunicações críticas por parte de suas agências de segurança pública.

Com esse objetivo, surgiu no final da década de 80 o Project 25 (P25), impulsionado por uma coalizão da qual participaram a Associação de Funcionários de Comunicações de Segurança Pública (Association of Public-Safety Communications Officials, APCO) e outros organismos governamentais dos Estados Unidos. Apoiados em uma tecnologia de rádio já existente de um fabricante, passaram a definir o desenvolvimento técnico do P25, atendendo exclusivamente às necessidades de suas agências de segurança pública.

Como resultado, o P25 tornou-se um conjunto de normas de sistema de arquitetura aberta que define os sistemas de radiocomunicação digital orientados para as organizações de segurança pública e governamentais dos Estados Unidos.

Por sua parte, o TETRA é um padrão de rádio digital cuja primeira versão surgiu em meados dos anos 90, centrado em satisfazer as necessidades de comunicações críticas no mercado de segurança pública e agências governamentais.

O TETRA nasce de um consenso diferente, pois é definido por um organismo totalmente independente, como é o caso do ETSI (European Telecommunications Standards Institute), e reúne as propostas de um universo mais amplo, como operadores de rede, administrações, fabricantes de equipamentos, organismos de pesquisa, usuários, etc., para estabelecer um modelo totalmente aberto para as comunicações móveis digitais troncalizadas. Hoje, tornou-se a tecnologia globalmente utilizada para as comunicações críticas em todo o mundo, com exceção dos Estados Unidos e Canadá.

Com mais de 755 membros de dentro e fora da Europa, o ETSI é uma organização de normalização independente, sem visar lucro, cuja projeção tornou-se mundial. Além disso, o TETRA foi um dos responsáveis por padronizar com êxito a telefonia móvel GSM, além de inspirar e fazer parte do consórcio 3GPP, que trabalha para definir as especificações dos sistemas globais de comunicação móvel de banda larga.